quinta-feira, 8 de outubro de 2015

23 de setembro de 2015 Oficina de Capacitação na AMMA

A equipe de recepção acolhendo os participantes




Dia: 23/09/2015
Local: Secretaria Municipal do Meio Ambiente
Horário: 08h às 12h
Endereço: Rua 75, Centro, Goiânia-GO

Nº de participantes: 34 pessoas


 Foi realizada oficina em prol da promoção da equidade racial, no dia 23 de setembro de 2015 das 08h ás 12h na Secretaria Municipal do Meio Ambiente, com 34 discentes das secretarias municipais com a presença de Jovens e Adultos. Ministraram a oficina representando a ONG Mulheres Negras Dandara no Cerrado a Fábia Cristiani Marçal Albino (pedagoga), Mariana Cunha Pereira (Socióloga e antropóloga), Marta Cezaria de Oliveira (Bióloga), Liliam Moreira Maia (Assistente Social), Elizabeth Furtado (pedagoga); a SUPPIR Dilmo Luiz Vieira (filosofo); Equipe de Capacitação Ariana Letícia Oliveira Tozzatti (Fotografa). 
A oficina se deu em 5 momentos, no primeiro houve apresentação do cronograma da oficina e das oficineiras (os); o segundo houve a apresentação da ONG e a explicação de como e da importância em preencher a “Ficha de Inscrição”  e a “Lista de Chamada”; o terceiro foi realizada dinâmica de socialização com as (os) discentes onde através da percepção das características fenotípicas do próprio corpo houve a intersecção com a necessidade em reconhecer e respeitar as diferenças; o quarto ocorreu de forma expositiva e dialogada onde contextualizou-se a dimensão político-cultural da Diáspora Africana no Brasil, as iniquidades raciais, o racismo e o racismo institucionalizado nas práticas e concepções no cotidiano da sociedade brasileira; o quinto foi aberto para questionamentos e para findar foi entregue o material educativo, servido o lanche, tirada a fotografia com todas (os) as (os) discentes e realizada a avaliação com uma amostra de discentes. As fichas foram preenchidas individualmente e com o auxílio, quando necessário, das representantes da ONG Dandara. 


Introdução
No Brasil, os negros sofrem não só a discriminação racial devida ao preconceito racial e operada no plano privado, mas também e sobretudo o racismo institucional, que inspira as políticas estatais que lhes são dirigidas e se materializa nelas

Racismo institucional é qualquer sistema de desigualdade que se baseia em raça que pode ocorrer em instituições como órgãos públicos governamentais, corporações empresariais privadas e universidades (públicas e privadas).[1] O termo foi introduzido pelos ativistas Stokely Carmichael e Charles V. Hamilton do movimento Black Power no final de 1960.[2] A definição dada por William Macpherson em seu relatório sobre o assassinato de Stephen Lawrence[3] é "o fracasso coletivo de uma organização em fornecer uma serviço adequado e profissional às pessoas por causa de sua cor, cultura ou origem étnica".[4] A força do racismo institucional está em capturar as maneiras pelas quais sociedades inteiras, ou seções delas, são afetadas pelo racismo, ou talvez por legados racistas, muito tempo depois dos indivíduos racistas terem desaparecido.[5]



Ao contrário do racismo individual, que se aproxima do preconceito, quando alguém se acha superior ao outro por conta de sua raça, o racismo institucional é desencadeado quando as estruturas e instituições, públicas e/ou privadas de um país, atuam de forma diferenciada em relação a determinados grupos em função de suas características físicas ou culturais. Ou então quando o resultado de suas ações – como as políticas públicas, no caso do Poder Executivo – é absorvido de forma diferenciada por esses grupos. É, portanto, o racismo que sai do plano privado e emana para o público”.




O Dilmo Luiz fez um linda dinâmica de apresentação com o canto: Meu Quilombo ta lindo como que....o grupo vai cantando e a roda vai acotecendo. 

Foi uma grande partilha de vida com sorrisos abraços e muitas palmas. 







“Em 18 de abril de 2005 o governo brasileiro lançou o Programa de Combate ao Racismo Institucional no Brasil através de uma parceria uma parceria estabelecida entre o Ministério Britânico para o Desenvolvimento Internacional e Redução da Pobreza (DFID), o Ministério da Saúde (MS), a Secretaria Especial de Políticas para Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), o Ministério Público Federal (MPF), a Organização Panamericana de Saúde (Opas) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).[6] O programa definiu o racismo institucional:[7]”.

“o fracasso das instituições e organizações em prover um serviço profissional e adequado às pessoas em virtude de sua cor, cultura, origem racial ou étnica. Ele se manifesta em normas, práticas e comportamentos discriminatórios adotados no cotidiano do trabalho, os quais são resultantes do preconceito racial, uma atitude que combina estereótipos racistas, falta de atenção e ignorância. Em qualquer caso, o racismo institucional discriminados em situação de desvantagem no acesso a benefícios gerados pelo Estado e por demais instituições e organizações. (CRI, 2006, p.22)[8]
Fala da Superintendente Municipal de Promoção da Igualdade racial Watussi Virginia Santiago sobre o projeto que esta sendo desenvolvido pela SUPPIRGYN em prol da capacitação de gestores públicos e agentes sociais na Prefeitura de Goiânia. 


Reflexão sobre nossa identidade cor/raça/etnia/geração - Muito legal o público todo era todos Afrodescendentes isso ajuda na luta em prol da igualdade, mas é preciso que negros e brancos entram nesta luta juntos.

          


Mariana Cunha parte do filme “Diz Aí” para falar da juventude e a equidade racial. As falas foram em torno da luta em prol da igualdade racial. E a roda transcorreu com o foco no significado do racismo e do Racismo Institucional 


“O Racismo Institucional é a incapacidade das instituições e organizações em prestarem serviços adequados e garantirem o atendimento pleno às pessoas em decorrência da sua origem étnica, cor ou cultura. Essa incapacidade em servir plenamente manifesta-se através de normas obsoletas, práticas e comportamentos discriminatórios ocorridos no especo de trabalho, resultantes da ignorância, da falta de atenção, do preconceito ou de estereótipos racistas”.

O PCRI, Programa de Combate ao Racismo Institucional, visa capacitar gestores públicos para a promoção da igualdade racial e a formação de banco de dados com recorte racial nos diversos setores da administração pública municipal.

“O PCRI foi estabelecido por uma parceria entre o Ministério da Saúde (MS), o Ministério Público Federal (MPF), a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da igualdade Racial (SEPPIR), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e o Ministério do Governo Britânico para o Desenvolvimento Internacional (DFID), sob a supervisão da Agência Brasileira de Cooperação (ABC)”.

A oficina contou com a participação das (os) discentes, onde foi possível perceber a deficiência no processo de ensino-aprendizagem, onde muitas (os) demonstraram dificuldade de preencher a ficha/lista e de compreender o “quesito cor/raça” enquanto identidade individual/coletiva. Poucos gestores públicos (as) estiveram presentes, não houve acompanhamento de representantes da equipe diretiva.  


“O Brasil é o maior país em território e população da América Latina, contamos hoje com mais de 180 milhões de habitantes. Embora cerca de 50% da população brasileira seja composta por negros (pretos ou pardos), a sua formação e herança do período escravocrata fazem com que o racismo e a discriminação racial estejam profundamente enraizados na cultura e nas dinâmicas sociais do país”.
“Para que este combate seja efetivo e faça do Brasil um exemplo para a América Latina, é preciso que o Estado e seus servidores (as) reconheçam o racismo, a discriminação e as intolerâncias como determinantes da precarização das condições de vida”. 






Parada para o Lanche



É preciso que identifiquem os grupos que ao longo da história têm experimentado desvantagens no acesso aos benefícios das ações governamentais para, então, formular e executar políticas capazes de eliminar as injustiças, superando os efeitos perversos do racismo.

Leitura dialogada do texto da Cartilha sobre o Racismo institucional e foi repassada a foto da Juíza Luzlinda Dias de Valois para iluminar o debate. Debate sobre a Promoção da igualdade Racial




Nota-se a importância em dar continuidade a atividades que transcendam o essencialismo científico eurocêntrico e o racismo institucionalizado, permitindo que a história seja contada por sua/seu protagonista, corroborando com um olhar real com significado, o que permitirá a comunidade escolar transitar pelo contexto social, histórico e cultural diaspórico Africano e Afro-brasileiro, como forma de potencializar nossa negra identidade; sendo a oficina uma das estratégias de promoção da equidade racial e igualdade de direitos, ao arcabouço histórico, patrimonial material/imaterial, cultural e artístico oriundo da negra ancestralidade.     
Avaliação: fazer estas oficinas nas secretarias; a juventude fechou as portas para estar aqui hoje; opção Política das secretarias...



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