25 de
julho - Dia da Mulher Latina Americana e Caribenha
Dia de Tereza de Benguela
Marta
Cezaria de Oliveira
A data de 25 de julho de 1992 surgiu
durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-Americanas e Afro-caribenhas,
realizado na República Dominicana. Quando as mulheres ali reunidas destacaram
os efeitos opressores do machismo e racismo, organizaram-se, então, para
combatê-los. Essa rede de mulheres lutou para que a Organização das Nações
Unidas - ONU reconhecesse o 25 de julho como Dia Internacional da Mulher Negra
Latino-Americana e Caribenha.
Desde 2014, no Brasil, a mesma data foi
incorporada como o Dia Nacional de Tereza de Benguela, líder quilombola do
século XVIII, que ajudou as comunidades negras e indígenas na resistência à
escravidão.
Nós, mulheres negras, consideramos essa
data importante para continuarmos na luta contra o racismo, o preconceito, o
machismo e feminicídio, e para isto basta olhar o estudo no Atlas da Violência
2018 e entender por que precisamos continuar lutando por direitos. Temos
avanços, mas o racismo excludente é cruel.
Portanto, potencializar minha atuação como
líder de uma organização da sociedade civil, uma mulher cineasta negra, com 64
anos chegando ao mestrado para ter mais possibilidades de continuar registrando
histórias de mulheres negras lideranças deste estado bem como do centro oeste e
quiçá nacional e internacional. Ampliar minha visão feminista negra nos espaços
de desenvolvimento social político econômico cientifico cultural e ambiental
onde venho atuando há anos. Ter um aporte estrutural
Sou Biologia, estudante no Programa de Pós-Graduação
em Educação em Ciências e Matemática-UFG, associada da Associação Nacional de
Pesquisadoras e Pesquisadores Negras e Negros, Conselheira no CNPIR e no CEAS,
Ativista e Fundadora do Grupo de Mulheres Negras Dandara no Cerrado, da
Executiva do FNMN, Grupo Mulheres do Brasil, Consultora e pesquisadora na área
dos afrodescendentes. Atuante no controle social das políticas públicas, meio
ambiente, educação, estudos étnicos raciais, de gênero e na luta pelos direitos
humanos das mulheres preservando a memória oral como resistência. Atuante há
anos juntos as comunidades quilombolas de Goiás e outras A participação popular
sempre foi o modelo político que valorizo.
Tenho a marca do coletivo, do grupo, da base.
Seriedade e competência são as marcas que tenho como meta para chegar ao
controle social com eficiência. Combate à discriminação racial. Luto a vida
inteira por uma sociedade que saiba respeitar a pluralidade, que valorize e
garanta os direitos de todas as pessoas, sobretudo: as religiões de matriz
africana, mulheres, negros/as, pessoas com deficiência, comunidade LGBTTI e
jovens negras.
Acredito que a política
deve ser feita em favor da sociedade como um todo, possibilitando
oportunidades, sobretudo aos que mais precisam, à parcela mais pobre da
sociedade. Por isso sempre dedico minha vida para gerar oportunidades a
mulheres e homens que delas precisavam. Sou uma mulher experimentada e moldada
para a luta política, pois venho preparando e acumulando reflexão e experiência
política há décadas. Sei que esse sonho não é um projeto político pessoal, mas
de todas as pessoas que querem uma nova forma de fazer política: participativa,
séria e comprometida com o povo.
Abracei o Núcleo de
Igualdade Racial do Grupo Mulheres do Brasil por acreditar na luta conjunta
para vencer as barreiras do racismo, do sexíssimo e do patriarcado. Essa data
para mim é este momento de muita reflexão e celebração por estarmos caminhando
mesmo com todos os desafios a nós colocado. Somos resistência.
Goiânia,
22 de julho de 2020