quinta-feira, 19 de novembro de 2015

18/11/2015 Marcha das Mulheres Negras 2015 em Brasilia - DF



 Isso é a Marcha! Um pouco da memória, da história e aqui estamos nós construindo nova história do povo negro no país.

 Ester Fernandes - Mulher Negra, Kalunga de Teresina de Goiás, Vereadora, grande líder quilombola.Maria de Fatima Cunha Veloso - Mulher Feminista, Sindicalista presente na luta.



 Ceiça e Luciene Dias encontrando amigas e companheiras.


 A vida é bela de ser vivida quando você veste a camisa da caminhada das mulheres negras e Goiás vestiu esta camisa com todos os desafios que a vida coloca na vida das mulheres negras.

Conceição Evaristo Grande Mulher marcha com a gente!!!


 Dandaras Presente na Marcha e como lutamos para estarmos presente nesta  grande festa da vida.



 Sindicalistas negras, indígenas somam na luta das mulheres negras brasileiras.

 Mulheres Negras em Ação!
 Marcha das Mulheres Negras 2015
Manifesto da Marcha


 ESTAMOS EM MARCHA !
“UMA SOBE E PUXA A OUTRA!”
Somos resultado de um processo escravocrata e centralizador. Foram mais de três séculos de exploração do povo negro africano que brutalmente foi arrancado dos seus lugares e depois mais de dois séculos de expropriação de um povo empobrecido exatamente pela condição exploratória e predatória por parte do colonizador.

 É futuro!!!Viva todas as mulheres deste mundo, pois com elas estamos sempre aprendendo!!!Vivendo!!!Celebrando!!!Amando!!!

 Somos 49 milhões de mulheres negras, isto é, 25% da população brasileira. Vivenciamos a face mais perversa do racismo e do sexismo por sermos negras e mulheres. No decurso diário de nossas vidas, a forjada superioridade do componente racial branco, do patriarcado e do sexismo, que fundamenta e dinamiza um sistema de opressões que impõe, a cada mulher negra, a luta pela própria sobrevivência e de sua comunidade. Enfrentamos todas as injustiças e negações de nossa existência, enquanto reivindicamos inclusão a cada momento em que a nossa exclusão ganha novas formas.

Impõe-se na luta pela terra e pelos territórios quilombolas, de onde tiramos o nosso sustento e mantemo-nos ligadas à ancestralidade.

A despeito da nossa contribuição, somos alvo de discriminações de toda ordem, as quais não nos permitem, por gerações e gerações de mulheres negras, desfrutarmos daquilo que produzimos.

 Fomos e continuamos sendo a base para o desenvolvimento econômico e político do Brasil sem que a distribuição dos ativos do nosso trabalho seja revertida para o nosso próprio benefício.

 Consideramos que, mesmo diante de um quadro de mobilidade social pela via do consumo, percebido nos últimos anos, as estruturas de desigualdade de raça e de gênero mantêm-se por meio da concentração de poder racial, patriarcal e sexista, alijando a nós, mulheres negras, das possibilidades de desenvolvimento e disputa de espaços como deveria ser a máxima de uma sociedade justa, democrática e solidária.
Não aceitamos ser vistas como objeto de consumo e cobaias das indústrias de cosméticos, moda ou farmacêutica. Queremos o fim da ditadura da estética europeia branca e o respeito à diversidade cultural e estética negra. Nossa luta é por cidadania e a garantia de nossas vidas.
Marchamos para exigir o fim do racismo em todos os seus modos de incidência, a exemplo da saúde, onde a mortalidade materna entre mulheres negras estão relacionadas à dificuldade do acesso aos serviços de saúde, à baixa qualidade do atendimento recebido aliada à falta de ações e de capacitação de profissionais de saúde voltadas especificamente para os riscos a que as mulheres negras estão expostas; da segurança pública cujos operadores e operadoras decidem quem deve viver e quem deve morrer mediante a omissão do Estado e da sociedade para com as nossas vidas negras.


 Denunciamos as batalhas solitárias contra a drogadição e a criminalização do nosso povo e contra a eliminação de nossas filhas e filhos pelas forças policiais e pelo tráfico, há muito tempo! Denunciamos o encarceramento desregrado de nossos corpos, vez que representamos mais de 60% das mulheres que ocupam celas de prisões e penitenciárias deste país.

Ao travarmos batalhas solitárias por justiça num quadro de extrema violência racial, denunciamos a cruel violência doméstica que vem levando aos maus tratos e homicídios de mulheres negras, silenciados em dados oficiais. Lutamos pelo fim do racismo estrutural patriarcal que promove a inoperância do poder público e da sociedade sobre a exterminação da nossa população negra.



Estamos em marcha para reivindicamos o livre culto de nossas divindades de matriz africana sem perseguições, nem profanações e depredações de nossos templos sagrados.


 Estamos em marcha contra a remoção racista das populações das localidades onde habitam. Lutamos por moradia digna; por cidades que não limitem nosso direito de ir e vir e contra a segregação racial do espaço urbano e rural; por transporte coletivo de qualidade; por condições de trabalho decente nas diferentes profissões que exercemos. Valorizamos nosso patrimônio imaterial em terreiros, escolas de samba, blocos afros, carimbó, literatura e todas as demais manifestações culturais, definidoras da nossa identidade negra.

Estamos em marcha porque somos a imensa maioria das que criam nossos filhos e filhas sozinhas, as chefes de famílias, com parcos recursos e o suor de nosso único e exclusivo trabalho.


Estamos em Marcha:

pelo fim do femicídio de mulheres negras e pela visibilidade e garantia de nossas vidas;

pela investigação de todos os casos de violência doméstica e assassinatos de mulheres negras, com a penalização dos culpados;

pelo fim do racismo e sexismo produzidos nos veículos de comunicação promovendo a violência simbólica e física contra as mulheres negras;


pelo fim dos critérios e práticas racistas e sexistas no ambiente de trabalho;

pelo fim das revistas vexatórias em presídios e as agressões sumárias às mulheres negras em casas de detenções;
pela garantia de atendimento e acesso à saúde de qualidade às mulheres negras e pela penalização de discriminação racial e sexual nos atendimentos dos serviços públicos;


pela titulação e garantia das terras quilombolas, especialmente em nome das mulheres negras, pois é de onde tiramos o nosso sustento e mantemo-nos ligadas à ancestralidade;

 
pelo fim do desrespeito religioso e pela garantia da reprodução cultural de nossas práticas ancestrais de matriz africana;
pela nossa participação efetiva na vida pública.

Muita gente nova chegando!!!!

Alegria!!!

Participação!!!!

Muita sabedoria!!!

O novo vem chegando!!!!

Buscamos num processo de protagonismo político das mulheres negras, em que nossas pautas de reivindicação tenham a centralidade neste país. Nosso ponto de chegada e início de uma nova caminhada é 18 de novembro de 2015 dentre as atividades do Mês da Consciência Negra.
  

 Conclamamos, a todas as mulheres negras, para que se juntem a esse processo organizativo, nos locais onde estiverem, e a se integrarem nessa Marcha pela nossa cidadania.

 Imbuídas da nossa força ancestral, da nossa liberdade de pensamento e ação política, levantamo-nos – nas cinco regiões deste país – para construir a Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver, para que o direito de vivermos livres de discriminações seja assegurado em todas as etapas de nossas vidas.

 Feministas contra o racismo contra o machismo e pelo bem viver

Comitê Impulsor Nacional da Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver 2015


Nos lembra:

Marcharemos em homenagem às nossas ancestrais e em defesa da cidadania plena das mulheres negras brasileiras, porque:

A Marcha foi idealizada, no Tulip Inn Hotel, Salvador-BA, por ocasião do Encontro Paralelo da Sociedade Civil para o Afro XXI: Encontro Ibero Americano do Ano dos a Afrodescendentes (16 a 20 de novembro de 2011) e será construída até 18 de novembro de 2015. Trata-se de uma iniciativa de articular as mulheres negras brasileiras. A intenção é aglutinar o máximo de organizações de mulheres negras, assim como outras organizações do Movimento Negro, sem dispensar o apoio de organizações de mulheres e de todo tipo de organização que apoiem a equidade sociorracial e de gênero. Sem dúvida, O PROTAGONISMO É DE MULHERES NEGRAS BRASILEIRAS.



- nós mulheres negras (pretas + pardas) somos cerca de 49 milhões espalhadas por todo o Brasil;
 - o racismo, o machismo, a pobreza, com a desigualdade social e econômica, tem prejudicado nossa vida, rebaixando a nossa auto-estima coletiva e nossa própria sobrevivência;
- o fortalecimento da identidade negra tem sido prejudicado ao longo dos séculos pela construção negativa da imagem da pessoa negra, especialmente da mulher negra, desde a estética (cabelo, corpo, etc.) até ao papel social desenvolvido pelas mulheres negras;
- as mulheres negras continuam recebendo os menores salários e são as que mais têm dificuldade para entrar no mundo do trabalho;

- a construção do papel social das mulheres negras é sempre pensada na perspectiva da dependência, da inferioridade e da subalternização, dificultando que nós possamos assumir espaços de poder, de gerência e de decisão, quer seja no mercado de trabalho, quer seja no campo da representação política e social;
- as mulheres negras sustentam o grupo familiar desempenhando tarefas informais, que as levam a trabalhar em duplas e triplas jornadas de trabalho;


"Conversando a gente se entende". A agenda para avanço das políticas públicas voltada às mulheres negras é pauta da I Marcha Nacional das Mulheres Negras. Sigamos!

Matilde Ribeiro

 Múltiplas vozes conclamam na Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver, para que o direito de vivermos livres de discriminações.

- ainda não temos os nossos direitos humanos (direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais) plenamente respeitados.


Dandaras, feministas, Coletivo de Mulheres da Comurg (Goiânia-GO) e de todo o Brasil presente na Marcha das Mulheres Negras

Sorriso!!!!
Abraços!!!


Rodas de conversas!!!
Muita emoção na caminhada!!!Ao ver a rua tomada pela nossa caminhada!!!!

Isso é nossas mulheres negras e as pessoas que acredita que é possível acabar com o racismo em nosso país que juntas e juntos construiremos o bem viver.

Muitas mulheres negras de norte a sul, de leste a oeste marcharam em prol do Brasil sem racismo e mais dignidade para o povo que as mulheres possa ter o bem viver.

É muito bom marchar com pessoas que ajudaram a construir a Marcha poe este Brasil a fora, cada uma do seu jeito e com suas condições.

Respeito!!!
Vera Lucia dos Santos Lima e Anadir Cezario na Feira das Mulheres Negras


Essa Dandarinha tem 5 anos, mas marchou muito em Brasilia-DF e mostrou que gosta de ir prá luta.
Muito barulho prá ver as mulheres negras na Marcha das Mulheres Negras do Brasil 

Fomos e voltamos mais revigoradas e mais fortes.

Foi Linda a Marcha das Mulheres Negras em Brasília.

 Tivemos desafios imensos. Mas valeu muito ter estado presente neste momento histórico do país e da luta das mulheres negras brasileiras em prol do Bem Viver.


Ver a nova geração participando desta caminhada é muito legal e sinal de que a caminhada irá continuar com as novas gerações de mulheres negras.

É muito bom ver as Dandaras assumindo esta luta que há anos sonhamos!!!

Vejam as crianças que vem assumindo com muita garra esta caminhada, desde o Lançamento da Marcha das Mulheres Negras em Goiás no dia 25 de julho de 2014 até novembro de 2015.

Mulheres empreendedoras na Feira das mulheres da Marcha.

Esta faixa segui o Grupo Dandara no Cerrado em todas as ações em prol da organização da Marcha  até o momento de Marcharmos em Brasilia-DF no grande Dia da Marcha.

É bom ver as meninas do Coletivo de Mulheres da Comurg marchando em Brasília, Isto é sinal que as capacitações de mulheres negras ainda vale a pena.

Aí também estão as mulheres quilombolas kalunga marchando conosco. Sinal de compromisso com a caminhada conquistada ao longo dos anos de exploração e falta de visibilidade das mulheres quilombolas.
Deuzilia Pereira da Cruz, mulher negra quilombola kalunga, Coordenadora geral do Grupo de Mulheres Negras Dandara no Cerrado e Itamara Crhystina Marques, jovem negra, quilombola kalunga, estudante de Odontologia na UFG e Vice Coordenadora da Associação Quilombola de São Felix em Minaçu-GO

Vamos que vamos!!!

Celebrando nosso encontro na Marcha!!!

Veja como é bom encontrar!!!Relembrar!!!

Sonhar!!!!

Viver!!!Ser livre e sentir poderosa/o

Somar na diversidade e na idade entre professoras, cientistas, cineasta, gestoras, capoerista e crianças...Isso é muito bom!

Nós Marchamos por mais direitos, menas violências contra as mulheres e a juventude.

Marchamos em nome de tantas mulheres e crianças que ainda não conseguiram vir pra lutar para somar para acabar com o machismo, o patriarcalismo que assola o nosso Estado de Goiás e o Centro Oeste, achando que as mulheres são objetos descaráveis que usam, abusam desde a sua infância e as autoridades não tem peito para jugar com qualidade estas pessoas que infringem a leis da criança e do adolescente negra, o silêncio que faz mãe ou pai se calar diante de tanta exploração de criança e adolescentes. Jovens negros/as que a policia faz a distinção entre ser o primeiro suspeito. Pela falta de direitos para o povo negro....

Marchamos por mim, por você e por tantas e tantas que ainda não sabem marchar...