segunda-feira, 23 de março de 2015

07/03/2015 Encontro da Marcha das Mulheres Negras na Sede da ONG Dandara no Cerrado


Debatendo a  Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver acontecerá, em 18 de novembro de 2015, em Brasília, com ações do Dia Internacional da Mulher na Sede da ONG Dandara no Cerrado.

Iniciamos o dia com um café da manhã preparado por nós mesmas.

Para que o dia ficasse mais gostoso o turbante foi uma das marcas deste momento celebrativo do grupo nesta primeira parte da manhã.

Alessandra esbanja seu charme após saber que é possível fazer um turbante em sua própria cabeça.
Maria das Neves (PROAFRO) ensina a aninha como fazer um turbante e daí em diante o desfile começou, pois todas queriam estar com turbante na foto e nesta data.
Os passos foram gravados para saber fazer mais de um modelo.
Voltaram para a cozinha para prepara o café da manhã todas dentro do estilo do dia.

Cada uma que ia chegando ia entrando no ritmo desta celebração e o café foi acontecendo também.

Janira Bueno, Maria de Fátima Reis de Souza e Aninha abre a etapa do café.
Conversas e risadas foi muito marcante!!!

Olha a delicia de Pão de queijo e aprendizado coletivo.
Aqui ninguém é chefe e sim um coletivo de mulheres com seus saberes.

Cada uma faz um pouco e todas partilham saberes!!!
Melão bem doce para quem não pode comer massa...
Está com inveja? Venha provar!
Maria das Neves e Fábia Cristiani conversando sobre a oficina
E agora vai começar as fotos.Parabéns e mais parabéns por cada uma que chega.
Aqui a primeira turma marca sua presença.


Sorrisos e mais sorrisos e todas querendo estar de torço
Como sempre nestes encontros celebramos a vida hoje estamos antecipando o aniversário da Janira Bueno, pois ela é do dia 8 de março.


Parabéns e mais parabéns por cada uma que chega.

Começamos a oficina com uma leitura sobre o material da Marcha das Mulheres Negras.

Que Marcha é essa?
Como o nome diz, essa marcha será de Mulheres Negras; mulheres que se autodeclaram negras; mulheres que descendem e têm características físicas de povos africanos que foram escravizados, por quase 400 anos no Brasil. Muitas se dizem pretas, pardas, afro-brasileiras, afrodescendentes. Essa Marcha tem muitos motivos para acontecer.




Quem está organizando essa Marcha?
 A Marcha foi “pensada” pela a Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), cuja secretaria executiva está em Porto Alegre-RS e é composta de 27 associações de negras, localizadas em vários estados do Brasil. Muitas outras organizações nacionais já se juntaram, então foi formada uma coordenação política que está composta por: AMNB (que “puxou” a Marcha), Fórum Nacional de Mulheres Negras (FNMN), Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN), União de Negras e Negros pela Igualdade (UNEGRO), Agentes de Pastorais Negros (APNs), Movimento Negro Unificado (MNU), Coordenação Nacional da Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) e Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (FENATRAD). A Marcha conta com parcerias como a da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), Setorial de ONGs do Processo de Articulação e Diálogos (PAD) e várias outras parcerias estão sendo articula das. Quanto mais apoios tivermos para viabilizar a preparação e a própria Marcha, melhor será, pois isso representa um grande desafio à toda militância e população negra, nesses séculos de luta contra o racismo, machismo e pobreza.
Só mulheres negras vão poder participar?
Não, não, muitas outras mulheres não-negras poderão participar, mas só se não forem racistas e, de preferência, que tenham algum trabalho ligado à construção da democracia no Brasil. Homens também poderão participar, mas, de preferência, negros e não machistas ou não-negros (também não machistas) e que acreditem ser importante realizar uma ação como a Marcha. Mas, é bom, registrar que a condução de todo processo da Marcha, terá à frente mulheres negras.






Por que foi pensada essa Marcha?
·         Porque é fato que milhões de pessoas foram trazidas da África, em navios negreiros, por mais de 300 anos, vendidas a brancos de muitas regiões do Brasil, realizaram trabalhos forçados, sob chicotadas, sobrevivendo nas piores condições, longe da terra em que nasceram. Ou seja, nossa ancestralidade sofreu horrores, mas lutou para que nós, seus descendentes, pudéssemos sobreviver, mas até hoje o racismo persiste.

·         Porque depois que foi aprovada a “abolição da escravatura”, por muito e muito tempo, a população negra não recebeu qualquer apoio do Estado brasileiro para se manter viva e teve que se virar sozinha em todos os lugares do país. É por isso (e por mais outras coisas), que esse racismo se mantém e a população negra continua oprimida, inclusive fazendo com que várias pessoas negras se achem inferiores, feias e umas até aceitem como “natural” ou “normal” o tratamento ruim que muitos brancos e brancas dispensam a elas.

  Porque foram as negras africanas e outras negras nossas ancestrais que deram de mamar à classe dominante do Brasil-Colônia/Brasil-Império. Assim, fomos ama-de-leite, ama-seca (sem leite, babá), mucamas, cozinheiras, lavadeiras, arrumadeiras, passadeiras, trabalhamos na roça, fomos alugadas para trabalhar em outras casas, colocadas “no ganho” (ir para a rua vender doces e inclusive para trabalhar de prostituição, trazendo dinheiro para seus “donos”), fomos “iniciadoras sexuais” de filhos de escravocratas e usadas sexualmente também pelos “senhores”. Então foram muitas as formas de exploração, opressão que vitimaram nossas antepassadas e que atingem até hoje muitas de nós, negras. Temos direito pois, de protestar de forma que essa opressão termine.


      
·         Porque o racismo tem feito com que a maioria da população negra (principalmente, nós, mulheres negras), ano-a-ano, venha acumulando desvantagens sociais- econômicas- políticas, culturais-ambientais, sem que o Estado e o restante da sociedade execute ações efetivas para acabar com essa situação injusta.

·         Porque em muitos países do chamado “mundo capitalista”, a maioria da população acha “normal” haver patrão e empregado, sendo que patrão tem o capital (dinheiro, máquinas, terra, etc) e o empregado entra com a parte da “mão-de-obra” (que faz o trabalho de verdade e cria o “lucro”). No Brasil, onde mais da metade da população é negra (preta+parda), quase todos os patrões são brancos e brancas (em algumas cidades tem uns que são “orientais”/raça amarela (japoneses, chineses). Assim, a população negra tem ficado sempre dependente deles e acaba sendo a maioria das pessoas desempregadas ou subempregadas. As mulheres negras são as que têm menor rendimento/salário: primeiro vem os homens brancos, depois as mulheres brancas, depois os homens negros.

·         Porque quase todos os negros e negras que têm emprego trabalham muito e ganham pouco, sendo que muitas negras que trabalham como empregadas domésticas, continuam a ser humilhadas dentro de apartamentos/casas onde trabalham; muitas são tratadas pior do que seus patrões tratam seus bichos de estimação. Também é muito difícil pessoas negras conseguirem emprego nas lojas de shoppings, bancos, companhias aéreas, e, quando conseguem, é mais nas áreas de limpeza ou segurança.

·         Porque a maioria da população negra vive em moradias ruins e nos piores lugares das cidades e quando esses lugares vão melhorando (saneamento, água, etc.), as famílias negras vão sendo empurradas para outras áreas ruins. Assim, é como se as áreas boas estivessem reservadas só para brancos. Então, a maioria da população negra passou das senzalas no escravismo, para as favelas, alagados, baixadas no capitalismo.

·         Porque a maioria das comunidades negras rurais/quilombolas não tem ainda o título das terras que ocupam (o que é assegurado por lei – art. 68, Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, da Constituição Federal) e, em muitas, as situações de sobrevivência, da educação, da saúde, da nutrição continuam muito precárias.

·         Porque embora haja propaganda de que há escola para todos, isso não é tão verdade, principalmente, no meio rural, conforme dissemos. Além disso, o que é ensinado e a forma como é ensinado não tem sido muito proveitoso. É na escola que muitas crianças negras “aprendem” a se sentir inferiores e existem escolas onde muitas crianças brancas não querem fazer par com crianças negras, nas brincadeiras, dança ou jogos. Por outro lado, ainda são relativamente poucos os negros e negras que já têm o “ensino superior” e, quando têm, é muito difícil conseguir bolsas para fazer mestrado ou doutorado, principalmente, se for no estrangeiro.

·         Porque nas Câmaras de Vereadores, nas Assembléias Legislativas dos Estados, na Câmara e no Senado Federal tem pouquíssimos negros e negras exercendo esse Poder Legislativo (fazer leis). Também nos ministérios, secretarias dos estados, de prefeitura e outros órgão públicos tem poucos negros e negras em posição se mando.

·         Porque muitos de nós, negras e negros, têm sido destratados/ofendidos racialmente em muitos lugares, até quando vamos comprar coisas em mercearias /mercadinhos ou outras lojas (inclusive de shoppings) e, além disso, recebemos péssimo tratamento em muitos órgãos da área de saúde, sendo que muitas pessoas negras morrem só por causa do não atendimento ou de atendimento ruim. Muitos dentistas e outros profissionais da saúde demonstram certo “nojo” quando vão tratar de nós (negras e negros).

·         Porque muitas casas de culto, sacerdotes, seguidoras/es das religiões afro-brasileiras e afro-indígenas têm sido perseguidos, aporrinhados por seguidores de outras religiões.n Porque muitos negros e negras presos em cadeia pública (muitos até foram presos injustamente), estão sem atendimento jurídico  a que têm direito. Porque muitas mulheres negras (mães, irmãs, esposas, filhas, cunhadas) têm chorado a morte de um parente negro, assassinado, principalmente pela polícia, sem que nenhuma providência ou punição seja adotada. 
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   Porque nas Câmaras de Vereadores, nas Assembléias Legislativas dos Estados, na Câmara e no Senado Federal tem pouquíssimos negros e negras exercendo esse Poder Legislativo (fazer leis). Também nos ministérios, secretarias dos estados, de prefeitura e outros órgão públicos tem poucos negros e negras em posição se mando.

·         Porque muitos de nós, negras e negros, têm sido destratados/ofendidos racialmente em muitos lugares, até quando vamos comprar coisas em mercearias /mercadinhos ou outras lojas (inclusive de shoppings) e, além disso, recebemos péssimo tratamento em muitos órgãos da área de saúde, sendo que muitas pessoas negras morrem só por causa do não atendimento ou de atendimento ruim. Muitos dentistas e outros profissionais da saúde demonstram certo “nojo” quando vão tratar de nós (negras e negros).

·         Porque muitas casas de culto, sacerdotes, seguidoras/es das religiões afro-brasileiras e afro-indígenas têm sido perseguidos, aporrinhados por seguidores de outras religiões.n Porque muitos negros e negras presos em cadeia pública (muitos até foram presos injustamente), estão sem atendimento jurídico  a que têm direito. Porque muitas mulheres negras (mães, irmãs, esposas, filhas, cunhadas) têm chorado a morte de um parente negro, assassinado, principalmente pela polícia, sem que nenhuma providência ou punição seja adotada.


 Porque nas Câmaras de Vereadores, nas Assembléias Legislativas dos Estados, na Câmara e no Senado Federal tem pouquíssimos negros e negras exercendo esse Poder Legislativo (fazer leis). Também nos ministérios, secretarias dos estados, de prefeitura e outros órgão públicos tem poucos negros e negras em posição se mando.

·         Porque muitos de nós, negras e negros, têm sido destratados/ofendidos racialmente em muitos lugares, até quando vamos comprar coisas em mercearias /mercadinhos ou outras lojas (inclusive de shoppings) e, além disso, recebemos péssimo tratamento em muitos órgãos da área de saúde, sendo que muitas pessoas negras morrem só por causa do não atendimento ou de atendimento ruim. Muitos dentistas e outros profissionais da saúde demonstram certo “nojo” quando vão tratar de nós (negras e negros).

·         Porque muitas casas de culto, sacerdotes, seguidoras/es das religiões afro-brasileiras e afro-indígenas têm sido perseguidos, aporrinhados por seguidores de outras religiões.n Porque muitos negros e negras presos em cadeia pública (muitos até foram presos injustamente), estão sem atendimento jurídico  a que têm direito. Porque muitas mulheres negras (mães, irmãs, esposas, filhas, cunhadas) têm chorado a morte de um parente negro, assassinado, principalmente pela polícia, sem que nenhuma providência ou punição seja adotada.
 Porque enquanto isso, muitos brancos/as corruptos, sonegadores, canalhas praticam o chamado “crime de colarinho branco”, continuam sem punições, exibindo abertamente poderio econômico-financeiro (mansões, três carrões na garagem, aeronaves particulares, etc.), quase tudo conquistado através da grilagem de terra, exploração de trabalho escravo, corrupção, desmatamento irregular e outras ilegalidades.

·         Porque além de toda desgraceira sofrida no tempo da escravidão legalizada, a população negra, continua sendo vítima da violência física, principalmente, a juventude negra, pois centenas têm “morrido na mão da polícia” e, também, muitas jovens negras vêm sendo atingidas devido ao péssimo tratamento que recebem na rede de saúde pública, inclusive quando estão grávidas ou na hora de ter a criança.

·         Porque os meios de comunicação (principalmente a TV) são totalmente dominados por brancos e brancas (inclusive praticamente todos os apresentadores de programas na TV aberta ou na fechada/satélite/cabo). Assim, a gente só vê negros e negras se forem jogadores de futebol, alguns artistas ou se cometerem algum crime, nesse caso, aparecem logo naqueles programas feitos para divulgar e provocar escândalos.


  Porque a população negra e sua luta são praticamente invisíveis, ou seja, é assim como se a população negra, sobretudo, mulheres negras, não existissem ou se só existissem para servir aos brancos e brancas deste país.n Porque os rumos que os países vêm tomando, prioriza a área econômica, com domínio das grandes empresas multinacionais (que têm dinheiro de vários países juntos), inclusive bancos, o que, provoca uma enorme concentração de renda nas mãos de poucas famílias (alguns poucos milhares de famílias na riqueza e bilhões de famílias na pobreza).

·         Porque o modelo econômico provoca, também, um aumento no consumo de coisas que a gente nem precisa (consumismo); que a gente pague por coisas que deveriam ser de graça, como a água, por exemplo (mercantilização de tudo, inclusive do viver); tudo isso, muito, muito estimulado pelos anúncios nas TV e rádios.


        Porque isso tudo faz com que muitos e muitas de nós acabem “fazendo dívidas” que depois não pode pagar, principalmente se o desemprego chega aí é que as coisas se complicam, pois as brigas domésticas aumentam, o alcoolismo chega ou acelera e tudo piora mesmo. Assim, esse negócio de “compre agora e pague depois”, pode ser armadilha.

·         Porque esses chamados “modelos de desenvolvimento” ao priorizar o “lucro econômico”, vem prejudicando a Terra inteira, pois provoca o que andam chamando de mudanças climáticas: aumento de enchentes, furacões, secas, poluição, etc. Esses tais “modelos de desenvolvimento” têm provocado também o aumento de guerras, de gente migrando de um lugar para outro e muita “desgraceira geral”. Vê-se que as populações mais prejudicadas são as da África (onde os europeus e outros povos mandam até hoje), partes da Ásia e aqui, nas Américas – onde o Brasil está; sendo que aqui, as mais prejudicadas são as populações indígena e negra (principalmente mulheres e crianças).

  A Marcha é importante porque são séculos de humilhações que a população negra tem enfrentado e a maioria vêm engolindo, engolindo, engolindo pois mesmo reclamando, as leis que se conseguiu aprovar não têm sido decisivas para alterar, de fato, as desigualdades raciais e nem punido, devidamente, os racistas inclusive os de dentro dos órgãos públicos.

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 A Marcha é importante  porque poderemos protestar pois,  apesar se sermos mais da metade da população brasileira (pessoas da cor preta + da cor parda) temos sido mais “pedreiros” e “serventes”, do que engenheiros/as; temos sido mais doentes e enfermeiras, do que médicos/as e donos de hospitais; temos sido mais presidiários do que advogados; temos sido mais soldados e cabos do que oficiais das forças armadas (generais, almirantes, brigadeiros); temos sido mais telespectadores/as do que apresentadores/as de TV (desde a parte da manhã até a noite, são brancos e brancas que apresentam os programas); temos sido mais camelôs, peões de fazenda, empregadas domésticas e guardadores de carros, do que empresários e empresárias (donos do capital ).

Mas brancos não são também oprimidos?
Sim, muitos brancos são oprimidos, principalmente, os que estão na pobreza, mas eles  não têm ouvido humilhações raciais, aliás, mesmo muitos brancos de baixa renda, gostam de contar piadas, humilhar negros e negras e inclusive ofender seus vizinhos negros. Além disso, esses brancos/as (que estão na pobreza), costumam ser priorizados para ocupar quase todo tipo de vagas, principalmente, em lojas de shopping, bancos, empresas aéreas e outras. Também é fato que a classe dominante e dirigente do Brasil é, praticamente, toda branca; então os brancos podem estar na classe de alta renda, na classe de média renda e na de baixa renda e nós, negros e negras, podemos estar só na classe média--baixa, pobreza e ou na miséria?




Mas... uma marcha vai resolver essa opressão?
Olhe, a maioria das mulheres negras tem sofrido, pelo menos, três tipos de dores: uma vindo do racismo mesmo (fato de ser negra); outra do machismo (por ser mulher) e a outra por causa da pobreza que atinge a maioria, sendo que isso tudo ocorre ao mesmo tempo e piora quando se trata de mulheres negras “da roça” (inclusive de quilombos), quando se trata de homossexuais/lésbicas, portadoras de deficiência e quando são seguidoras das religiões de matrizes africana.
·         Nenhuma marcha resolve a questão que a motiva, mas, o processo de preparação dela, pode motivar milhares de negras a se organizar nos bairros, cidades ou estados em que moram, para forçar o Estado brasileiro (Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário), a dar atenção devida, a necessidade de criar e executar políticas para acabar com a discriminação que afeta fortemente a população negra (principalmente as mulheres) e para promover a igualdade, a equidade racial no Brasil.

·         Então, temos, ao menos, de fazer com que os/as dirigentes do Brasil, saibam que não pretendemos ficar tão caladas como a maioria tem ficado até os dias de hoje. Precisamos mostrar que nós queremos participar das decisões do país e que afetam inclusive nossos “destinos”.
 como vamos fazer para chegar a esses “dirigentes do brasil”?
Bem antes da Marcha, vamos encaminhar/protocolar correspondências com nossas demandas (pedidos), para os Ministérios do Governo Federal, para instâncias do Legislativo e do Judiciário e, quando chegarmos na Marcha vamos “cobrar” o atendimento de nossos pedidos; afinal, só mulheres negras somos cerca de 50 milhões (sim, 50 milhões!).
Além de protestos a marcha vai ter outras serventias?
Sim, a Marcha vai ser importante também para divulgarmos o valor da cultura negra, não só do Brasil (capoeira, jongo, sambas, reizados, umbigadas, tambor de criola, marambiré, siriá, marabaixo, marujada, makulêlê, etc.) e também a das Américas como o jazz, rock, blues, reggae, hip-hop/rap-break-grafite-djs, funk, bolero, rumba, mambo, salsa, merengue e outras expressões da cultura negra. Também vamos insistir na valorização de nossa culinária: vatapá, caruru, feijoada, xinxim, arroz de cuxá, maniçoba, doces, bebeiragens/bebidas e muitas outras iguarias. Também poderemos valorizar vestimentas herdadas como torços, abadás, saruel afro, “amarrados”, pano-da-costa e muitas outras.
·         Vai demonstrar de não desistimos da herança de luta de nossas ancestrais que nunca desistiram de lutar pela liberdade, pela igualdade, recuando em alguns momentos e avançando em outros. Vai demonstrar que podemos sim, exigir nossos direitos de gente que somos.

Quando vai ser essa Marcha?
Está marcada para acontecer no dia 18 de novembro de 2015 Antes era dia 29 de setembro de 2015, sendo a chegada marcada para o dia anterior – 28 de setembro, que é o Dia da Mãe Preta. Depois era 13 de maio  de 2015 e agora firmou 18 de novembro de 2015 em Brasília - DF
Por que essa data foi escolhida?
Porque o ano de 2015 marcará os 320 anos do assassinato de Zumbi dos Palmares e o dia 28 de setembro é tido como o Dia da Mãe Preta, pois foi o dia em que foi assinada, em 1871, a Lei do Ventre Livre (crianças nascidas de mulheres escravizadas seriam livres, mas na verdade, continuaram sendo escravizadas até 21 anos). Nessa mesma data, mas em 1885, foi assinada a Lei de nº 3.270, chamada Lei dos Sexagenários (os escravizados de mais de 60 anos ficariam livres, mas serviu mesmo foi para os “senhores” abandonarem os idosos/as negros, sem ter mais que se responsabilizar por nada com eles. Então, a idéia é dar outro significado a essa data, transformá-la, por exemplo, no Dia Nacional da Mulher Negra, pode ser uma proposta.
Como vamos fazer para garantir a ida de um montão de negras?
Bem, como sempre acontece em tudo ligado a nossa gente (negra), vai ser um bocado difícil, mas o jeito vai ser na base de bingos, coletas, rifas, pedidos de apoio a prefeituras, vereadores/as, deputados/as, senadores, a organizações diversas, sindicatos, igrejas; ou seja todo mundo que reconheça que existe



Não vai ser perigoso ir até Brasília para reclamar?
Espera-se que não, pois se nos organizarmos bem (inclusive evitar o deslocamento de pessoas adoentadas e crianças), e estivermos conscientes que é uma Marcha Histórica (nunca aconteceu antes) e que durante ela poderemos, também, homenagear todas as mulheres negras que morreram no sacrifício durante o escravismo e nas diversas lutas contra o racismo (todas nossas ancestrais), então não vemos perigo. Acreditando que não estando arriscando perder a vida (que é o mais valioso dos bens de uma pessoa), o que mais temos a perder como mulheres negras, se quase sempre somos tratadas, como “pessoa de menor valor”, como o “piso da sociedade”?
·         Acreditamos que vai sim valer a pena participar dessa caminhada, mesmo que seja com algum sacrifício!


Como a gente faz para participar dessa grande Marcha?
Você tem de se informar com as “meninas/mulheres” que participam da equipe de organização do seu Estado, sua cidade ou seu bairro. Podem fazer contato, por telefone, carta, e-mail, e também você mesma pode, saber de algum grupo que quer se cotizar para ir à Marcha.
Algumas outras informações até o momento:
Secretaria executiva da Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB)
Rua Vigário José Inácio, 371/sala 1919 – Centro
CEP: 90028-900 – Porto Alegre/RS
E-mail: amnb@uol.com.br
Site da AMNB: http://www.amnb.org.br/site/
E-mail-Marcha: contato@2015marchamulheresnegras.com.br

Contatos no  centro-oeste:
Grupo de Mulheres Negras Malunga – Goiânia – Goiás
E-mail: grupomalunga@hotmail.com
Tel.: (62)

Grupo de Mulheres Negras Dandara no Cerrado/Fórum Estadual de Mulheres Negras
Telefone: 62 3286 4907

Centro de Referência Leia Gonzales


Coordenação em Goiás: Grupo de Mulheres Negras Dandara no Cerrado, Grupo de Mulheres Negras Malunga, Centro de Referência Leia Gonzales, Coletivo de Negras e Negros do IFG, APNS, PROAFRO PUC Goiás, Grupo Colcha de Retalho, Fórum Estadual de Mulheres Negras de Goiás, NEADI – UFG, LPQI - UFG, Fórum Estadual de Mulheres Negras de Goiás, FNMN – Fórum Nacional de Mulheres Negras, Fórum Goiano de Mulheres, Associação de Desenvolvimento das Comunidades Quilombolas de Minaçu, Rede de Lésbicas e Mulheres Bissexuais de Goiás, Congada Irmandade treze (13) de Maio,  Coletivo Quilombo, Coletivo Geni, Federação de Mulheres de Goiás, SINTEGO, Supir-...,  Compir, Conem, Conir,  Secretaria Municipal de Políticas para Promoção da Igualdade Racial de Goiânia, Coletivo de Mulheres da COMURG, SEMIRA – Secretaria de Políticas para as Mulheres e Promoção da Igualdade Racial,



No fim da oficina teve parabéns, bolo e presentes para a companheira Janira Bueno.


27/02/2015 Oficina Mulheres negras: Identidades e representações.

Com a Nova Geração de Dandaras  Luíza, Aninha e Sofia iniciamos o nosso evento na Sede do Grupo de Mulheres Negras Dandara no Cerrado com vários amigos e amigas, representantes da comunidade Quilombola Kalunga do Prata, Cavalcante Goiás....

Maria Luzinete, Fábia Cristiani e Fernando membros da Dandara conversando sobre a importância deste dia.

Aconteceu na Sede da Dandara um momento especial a caminhada e História das Mulheres Negras de Goiás.

 A Oficina: "Mulheres Negras: Identidades e representações" com Assessoria do Professor Júlio Vann - IFG e hoje integrante do Grupo Dandara no Cerrado o qual teve a honra de ajudar na construção desta história à partir de sua Tese de Doutorado. 
Temos o relato de 152 Mulheres Negras de diversas representações neste Estado e a contribuição de várias comunidades negras e quilombolas.

Simbolo da nova militância das mulheres negras......



A discussão foi muito acalorada com muito debate e vivências emociantes.
Teve almoço entre amigas e amigos ....

Presença da Coordenadora Geral Deuzilia Pereira da Cruz com a Sofia Canarro Benite e Anadir Cezário de Oliveira espalhando energias positivas para este momento. Sorrisos....
O público da Oficina estavam atentas e atentos as palestra do Professor Júlio Vann
Veja a Alegria em cada olhar!!!!

É muita coisa para um mormento tão especial com este!!!


Veja na Cozinha Deuzilia, Anadir e Letícia Teixeira preparando o lanche da tarde com deliciosas tapiocas, cuscuz, broas, bolo de fubá, brevidades.....

Ainda sabores do Almoço!!!!

É bom demais ver amigos e amigas em torno da mesa para vivenciar estas experiências.

Amigos da Joana Peixoto integrante do Grupo Dandara no Cerrado conhecendo um pouco mais desta caminhada da Dandara e do projeto "Dandara por Dandaras"".

Concentração na hora da Exibição do Filme ....se eu fosse uma flor....

Ainda tem sabor de comida gostosa e boas conversas
Veja que legal o espaço é pequeno, mas muito aconchegante como coração de mãe.


Pão de queijo para o lanche.....
Tudo feito por aqui....

Enquanto isso na Sala continua todas e todos atentos a exibição do filme

Só tinhas coisas boas e deliciosas neste dia quem não veio perdeu e muito.....
Não sobrou nada para depois, pois tudo estava muito bom!!!!Um um um...


Essa turma é corajosa, almoço, lanche e debate....
Aqui momento impar, escutar o Julio Vann falando da experiência vivenciada nesta trajetória do trabalho para a Tese do seu Doutorado e partilhando esta riqueza com o grupo Dandara no Cerrado

São estes momentos de partilha que enriquece o grupo e faz com que outras pessoas apaixonam por este trabalho em prol de mulheres negras
Fui tão bom ver este momento e esperamos que tenhamos muitos e muitos momentos de troca e partilhas dos nossos saberes e fazeres no grupo.

Vou tentar nomear as pessoas que estiveram aqui nesta tarde:Marta Cezaria de Oliveira, Júlio Vann, Karla Leal Amorim, Deuzilia Pereira da Cruz, seus pais Bernado Pereira da Cruz e Alzira de Deus Coutinho, Seus tios Serviro Pereira da Cruz e Santina Pereira dos Santos e o Primo (Jamil Pereira dos Santos), Luiz Carlos de Oliveira, georcy Gonçalves da Silva, Jacinta Gonçalves da Silva, joana Peixoto, Alexandra P. e Silva, Marcia Fabiana, Denisi Cristina Bueno, Sergio rodrigues Coste, Rose Mary Almas de Carvalho, Paulo Roberto Carvalho, Jose Henrique L Almas, irmã Geralda Ferreira da Silva (MJC), Analina Pereira da Cruz,Lilian Moreira Maia da Costa, Alzira Raimundo Nascimento, Elicio J F Moreira, Fábia Cristiani Marçal Albino, Anita Benite, Maria Luzinete Martins Mourão, Elza Santana Flores, Rosymara Santana Santos Juliana de Souza e Silva Arrais, Gerson de souza Arrais Neto, anadir Cezario de Oliveira, Conceição Teixeira de Oliveira, Fernando..., Marciana Gervásio, Letícia Teixeira de Oliveira, (Crianças) Aninha, Sofia Beneite, Luiza Pereira

Veja só essas Dandaras!!!

No final da Oficina houve a entrega Oficial ao Grupo de Mulheres Negras Dandara no Cerrado por Julio a sua Tese de Doutorado " ...se eu fosse uma flor...." - o cinema como dispositivo tecnopóetico produzindo simbólicos identitários de uma mulher negra. Bem como um HD com com toda as gravações para futuros filmes e pesquisas para ficar no Arquivo da ONG e o dois DVD do Filme.
O grupo de Mulheres Negras Dandara no Cerrado na pessoa de Maria Luzinete fez uma homenagem ao Julio Vann em agradecimento pelo seu compromisso com as mulheres negras e com a ONG.