sábado, 29 de outubro de 2011

Feijoada e samba agitam o Setor Universitário


 Feijoada e samba agitam o Setor Universitário 
 A ONG Dandara no Cerrado promove a 10ª edição do almoço com roda de samba
A feijoada da sustentabilidade abre o mês em que se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro) e festeja o Ano Internacional dos Afrodescendentes que consta o calendário da Organização das Nações Unidas (ONU).O almoço busca angariar fundos para a ONG Dandara no Cerrado que luta pelos direitos da mulher negra. O evento ocorre hoje (30), a partir das 11h30, na Casa da Juventude, localizada na 11ª Avenida, no Setor Leste Universitário, ao som da roda de samba do grupo Quase 10 (o grupo do Xandão).
Um dos objetivos do almoço é resgatar a cultura afro, reunir a comunidade goiana para conhecer o movimento e apoiar a causa. Segundo uma das fundadoras da organização, Marta Cezaria, “A feijoada tem o intuito de compartilhar e convidar a comunidade a conhecer a luta da ONG, além de prover renda para manter o projeto vivo.”
A novidade deste ano é que durante o almoço haverá o sorteio de alguns produtos (licores, geléia, biscoitos) feitos pelas integrantes do grupo, que estarão expostos no local. O material utilizado aproveita os recursos do cerrado e respeita a estação de cada fruta.
História da Dandara
A ONG tem sede fixa em Goiânia, no Jardim América e existe desde 2002, com a proposta de buscar melhorias de emprego e renda das mulheres, em especial, às mulheres negras. A organização não governamental atua em três eixos: formação, articulação política e capacitação com produção e divulgação de conhecimentos. Para obter êxito em seus objetivos sociais, o grupo promove, colabora, coordena e executa ações e projetos.
A missão da Dandara é contribuir para a construção de uma sociedade justa, plural, anti-racista e sexista, solidária, reafirmando o direito à cidadania, partindo de uma perspectiva feminista, no contexto das ações educativas, gênero, raça, direitos humanos, combate à violência contra as mulheres e luta por moradia digna.

 A realidade da mulher negra
Um estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estudos Econômicos, Sociais e Estatísticos (Dieese) em Recife, Salvador, São Paulo, Distrito Federal, Belo Horizonte, Porto Alegre aponta que as mulheres brasileiras negras sofrem grande desvantagem no mercado de trabalho, em comparação as não-negras ou aos homens.

Nas capitais pesquisadas, a variação entre os afrodescedentes gira em torno de 10% de diferença entre mulheres negras e homens não-negros. Sendo que em uma das cidades, Porto Alegre, homens não-negros desempregados gira em torno de 11,9%, já entre as mulheres negras esse percentual sobe para 25,7%, uma diferença de quase 13%.  

A ONG luta por equiparar a participação das mulheres dentro desse cenário, e também resgatar a auto-estima do povo negro, para agregar valor a essa participação, a Dandara
atua em três eixos: a formação e capacitação profissional, a articulação política junto aos demais movimentos e os representantes políticos e a disseminar o conhecimento visando a produção e divulgação dos ideais, assim para a busca de uma sociedade mais participativa.