Relatório das ações do projeto da oficina de capacitação de gestores públicos e
agentes sociais.
Dia: 22/10/2015
Local: Escola Municipal Profº Percival
X. Rebelo
Horário: 18h às 22h
Endereço: Rua B-16
nº 101, Bairro Novo Horizonte, Goiânia-GO
Nº de participantes: 30 pessoas
Registro do Evento:
Foi realizada oficina em prol da promoção da equidade racial, no dia 22 de outubro de 2015 das 18h ás 22h na Instituição de Ensino Escola Municipal Profº Percival X. Rebelo ás 30 discentes da Educação de Jovens e Adultos. Ministraram a oficina representando a ONG grupo de Mulheres Negras Dandara no Cerrado Fábia Cristiani Marçal Albino (pedagoga); Equipe de Capacitação Marcos Dantas de Souza (psicólogo).
A operacionalização da oficina, aconteceu na
ONG Dandara, com a organização das pastas, fichas, dos recursos materiais
(cartolinas, canetinhas, folha branca, cola, tesoura); banners e recursos
áudio-visual (notebook, data-show e caixa de som). Houve o preparo do lanche
sendo este acondicionado em recipientes próprios para armazenamento e
transporte. Todas as responsáveis e responsáveis se encontraram e foram juntas
(os) a instituição de ensino.
No Brasil, os negros sofrem não só a
discriminação racial devida ao preconceito racial e operada no plano privado,
mas também e sobretudo o racismo institucional, que inspira as políticas
estatais que lhes são dirigidas e se materializa nelas.
Em 18 de abril de 2005 o governo brasileiro lançou o Programa de
Combate ao Racismo Institucional no Brasil através de uma parceria uma parceria
estabelecida entre o Ministério Britânico para o Desenvolvimento Internacional
e Redução da Pobreza (DFID), o Ministério da Saúde (MS), a Secretaria Especial
de Políticas para Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), o Ministério Público
Federal (MPF), a Organização Panamericana de Saúde (Opas) e o Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).[6] O programa definiu o
racismo institucional:[7]
Racismo institucional é qualquer sistema de desigualdade que se
baseia em raça que pode ocorrer em instituições como órgãos
públicos governamentais, corporações empresariais privadas e universidades
(públicas e privadas).[1] O termo
foi introduzido pelos ativistas Stokely Carmichael e Charles V. Hamilton do
movimento Black
Power no final de 1960.[2] A
definição dada por William Macpherson em seu relatório sobre o assassinato de
Stephen Lawrence[3] é "o
fracasso coletivo de uma organização em fornecer uma serviço adequado e
profissional às pessoas por causa de sua cor, cultura ou origem étnica".[4] A força
do racismo institucional está em capturar as maneiras pelas quais sociedades
inteiras, ou seções delas, são afetadas pelo racismo, ou talvez por legados
racistas, muito tempo depois dos indivíduos racistas terem desaparecido.[5]
Ao contrário do racismo
individual, que se aproxima do preconceito, quando alguém se acha superior ao
outro por conta de sua raça, o racismo institucional é desencadeado quando as
estruturas e instituições, públicas e/ou privadas de um país, atuam de forma
diferenciada em relação a determinados grupos em função de suas características
físicas ou culturais. Ou então quando o resultado de suas ações – como as
políticas públicas, no caso do Poder Executivo – é absorvido de forma
diferenciada por esses grupos. É, portanto, o racismo que sai do plano privado
e emana para o público.
A
oficina se deu em 5 momentos, no primeiro houve apresentação do cronograma da
oficina e das oficineiras (os); o segundo momento houve a apresentação da ONG e
a explicação de como e da importância em preencher a “Ficha de Inscrição” e a “Lista de Chamada”;
O
terceiro momento foi realizada dinâmica de socialização com as (os) discentes
onde através da percepção das características fenotípicas do próprio corpo
houve a intersecção com a necessidade em reconhecer e respeitar as diferenças;
o quarto momento ocorreu de forma expositiva e dialogada onde contextualizou-se
a dimensão político-cultural da Diáspora Africana no Brasil, as iniquidades
raciais, o racismo e o racismo institucionalizado nas práticas e concepções no
cotidiano da sociedade brasileira;
O
quinto momento foi aberto para questionamentos e para findar foi entregue o
material educativo, servido o lanche, tirada a fotografia com todas (os) as
(os) discentes e realizada a avaliação com uma amostra de discentes. As fichas
foram preenchidas individualmente e com o auxílio, quando necessário, das
representantes da ONG Dandara.
Nota-se a importância em dar
continuidade a atividades que transcendam o
essencialismo científico eurocêntrico e o racismo institucionalizado,
permitindo que a história seja contada por sua/seu protagonista, corroborando
com um olhar real com significado, o que permitirá a comunidade escolar
transitar pelo contexto social, histórico e cultural diaspórico Africano e
Afro-brasileiro, como forma de potencializar nossa negra identidade; sendo a
oficina uma das estratégias de promoção da equidade racial e igualdade de direitos,
ao arcabouço histórico, patrimonial material/imaterial, cultural e artístico
oriundo da negra ancestralidade.
A
oficina contou com a participação das (os) discentes, onde foi possível
perceber a deficiência no processo de ensino-aprendizagem, onde muitas (os)
demonstraram dificuldade de preencher a ficha/lista e de compreender o “quesito
cor/raça” enquanto identidade individual/coletiva. Poucos educadores (as)
estiveram presentes, não houve acompanhamento de representantes da equipe
diretiva.
Lista de
recursos didáticos
·
Data show,
computador e caixa de som;
·
Pincéis
atômicos de cores variadas;
·
Papel sulfite
o cartolina.
·
Livros
didáticos, cartilhas e outros.
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