segunda-feira, 23 de junho de 2014

Visita técnica do Comitê Saúde da População Negra na Sede do Grupo de Mulheres Negras Dandara no Cerrado.

 No dia 29 de maio de 2014, reunião na Sede do Grupo representantes do Comitê Estadual da saúde da População para conhecer a ONG e falar um pouco sobre o trabalho desenvolvido pelo Comitê, conhecer um pouco o trabalho da ONG e seu participantes.
Foi um momento muito legal e de muita troca de experiências.


A Reunião transcorreu num clima bem descontraído, mas com muita riqueza nas partilhas feitas durante toda a  tarde.

As representantes da Dandara no Cerrado Neurari da Conceição, Deuzília Pereira da Cruz, Maria Luzinete, Letícia Teixeira e as demais presentes lembrou da importância de estar contribuindo com o Comitê, pois isto faz parte da história da luta pela Saúde da população negra deste 1996 em Goiânia - uma das nossas plataformas de ação.
Tanta troca de saberes que a reunião foi longe....
Marta Cezaria fez várias falas e lembrou a importância de estarem atentos ao material de publicidade do povo negro, pois quando o material aparece com uma foto com a autoestima elevada ele tem maior aceitação do que por gente sem expressão, mesmo que seja uma pessoa famosa ele tem que trazer a história de superação do racismo e não algo que nos coloque em situação de escravidão ou mesmo o que a Mídia sempre nos coloca como "malandros, Mulutas, acorrentados...." e outras formas pejorativas.

Lembramos que hoje as pessoas negras, já são a maioria da população, mesmo sem saber que são. Por isso a importância de ter precaução na hora de medicá-las e de dizer que certas doenças são da população negra, mas devida a questão genética é mais atuante nestas pessoas, mas como ainda não sabemos que são os pretos e pardos (negros) deste país é melhor ficarem atentos aos sintomas de cada doença e buscar antes de tudo trabalhar a prevenção
Entender o processo da negritude no Brasil é fundamental para fazer um bom trabalho com esta população, pois, a medicina ainda é branca e hoje tem alguns estudiosos/as se dedicando a estes estudos. Hoje muitas pessoas ainda conhece o povo negro pela cor, mas somos mais que a cor. Esse é um fator que deve ser bastante observado. Pois nas ruas logo somos identificados quando nossa pele é mais escura, ou nossos cabelos estão mais visíveis, aí somos reconhecidos como negro. 

Quando você entra nos hospitais particulares quase todos são branco, mesmo que estão no registro pardo, ele tem pele clara é branco e isso muita vezes não mostra que pode ser uma pessoa com etnia negra. Já nos hospitais públicos e postos de Saúde é  onde encontra a  maioria da população negra  a qual tem muitas vezes um atendimento de mal qualidade. Não porque ele não tem direito, mas porque o racismo institucional é forte nestes ambiente de atendimento ao público e outro fator é a falta de preparação para atender o ser humano seja ele quem for deve ter o mesmo atendimento, pois todos tem o mesmo valor pago pelo SUS.
Olhar os materiais que são colocados a disposição da população percebemos que poucos tem conhecimento dos seus direitos e pouco se tem feito para que esta população tem acesso a informações corretas, quase sempre longe do alcance das pessoas com menos informação e muito fácil para quem tem acesso a informações.
Acreditamos que a realidade esta nas mãos de quem tem um comitê para trabalhar a Equidade no SUS, pode se fazer muito levando informação e contribuindo na fiscalização dos serviços prestados, buscando caminhos para corrigir os erros do passado e que ainda é forte no presente.
A missão da ONG é estar aberta ao debate e denunciar todas formas de violação dos direitos humanos e buscar ajudar a conscientizar as pessoas a acionar seus direitos.
Percebemos que temos hoje aqui voces dois que são companheiro/a e que querem o mesmo objetivo que o a ONG, mas sabemos que representam uma estrutura que ainda tem que vencer barreiras históricas na área da Saúde e aqui mesmo o grupo tivemos pessoas que foram desrespeitadas na sua atuação no Comitê, pois tem pessoas que acreditam saber mais que a outra, mas falta educação para trabalhar em equipe.











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