Encontro Nacional de Mulheres Negras 30 anos: Contra o Racismo e a Violência e Pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Mundo
Um registro lindo feito por Ana Clara Gomes, registra muito bem a presença do Grupo de Mulheres Negras Dandara no Cerrado tendo bem marcante nesta foto as Companheiras Giezele, Zenit Vaz, Marta Cezaria, Pureza Lopes e Rita de Cassia, mulheres que doaram muito na organização no Estado.
O Sorriso da Rita de Cassia Araujo e a animação da Maria Neves Jardim representante da ONG Dandara no Cerrado na Coordenação do Encontro, ..., Alessandra, e Rosana Cristina
A Hilda Maria Alvarenga também dando sua contribuição Voluntária no Encontro.
Mesa de abertura com a Presença da Conceição Evaristo e a Fala da Deputada Benedita da Silva. Muita riqueza nas falas de cada participante.
Vivência no Quilombo no último dia do Encontro com Zenit Vaz, Maria, Rita de Cassia, Pureza Lopes Matos, Anadir Cezario, Alessandra,Gizele e Ana Maria.
Um pouco da Fala da Conceição Evaristo.
Um relato do Encontro feito por - Créditos: Mayara
Varalho
A escritora e ensaísta Conceição Evaristo
proporcionou um momento de intensa emoção na solenidade de abertura do Encontro
Nacional de Mulheres Negras 30 anos: Contra o Racismo e a Violência e Pelo Bem
Viver – Mulheres Negras Movem o Mundo. Evaristo leu trecho de um texto que
escreveu, por solicitação do suplemento Ilustríssima, da Folha de São Paulo,
discorrendo algo que lhe trouxesse a memória de uma situação ou alguma pessoa
marcante em sua vida, em sua juventude. E contou: “Angela Davis,
lições para uma vida inteira.
É de longa data a experimentação e a confirmação de
que ‘black is power, ‘is beautiful’ em minha cabeça e mente. Desde a minha
juventude, ainda nos anos 70, na época, fui ganhando coragem e certeza para
enfrentar os deboches dos estranhos, e a censura das pessoas mais próximas, ao
me livrar do sacrifício de alisamento de meus cabelos. As meninas e jovens
negras como eu, em tempos passados, não dispunham de qualquer indústria e de
cuidados específicos para as nossas peles e cabelos. Seguíamos, então, com as
nossas belezas modificadas no sacrifício do ferro quente de alisar cabelos.
Conheci bem esse ingrato e doloroso tempo, que ainda não se desfez por
completo. Foi então, que me surgiu Angela Davis, com a sua vasta cabelereira,
símbolo de sua beleza e coragem.
Não me recordo exatamente como tomei conhecimento
da existência dessa diva participante dos Panteras negras, da luta dos negros
estadunidenses pelos direitos civis. Eu era uma jovem negra, moradora de uma
favela belorizontina e tinha a militante afro-americana como minha ‘ídala’.
Creio que recebi as primeiras informações sobre a luta dos direitos civis para
os negros dos Estados Unidos do meu tio. Penso que foi ele também, Osvaldo
Catarino Evaristo, que, primeiramente, me falou de Luther King, Carl Max, Malcom
X e dos africanos Patrice Lumumba, Nelson Mandela e da cantora Mirian Makeba.
Lembro de que, nas paredes caiadas de branco do meu pequeno quarto na casa da
minha tia, rostos e gestos dessas pessoas sobressaíam moldando meus sonhos
esperançosos de um futuro diferente. Quando eu contemplava a imagem de Angela
Davis, com um enorme black power, o punho cerrado para cima, me fortalecia na
audácia e na verdade daqueles gestos desenhados diante de mim. E fui assumindo
a coroa armada de meu cabelo.
E como o tempo é circular, depois de tantas vindas
de Angela Davis ao Brasil, em 2014, conheci, pessoalmente, essa minha
contemporânea que me inspira tanto. Em Brasília, no Latinidades, na ocasião em
que ela proferiu a conferência ‘Femininos negros e as lutas cordiais por
equidade, tive a oportunidade de presenteá-la com a versão em língua inglesa,
do romance Ponciá Vicêncio, de minha autoria. Pude também confidenciar a minha
admiração desde cedo por ela. Confidência que foi feita muito mais por gesto do
que por palavras. Meus conhecimentos do idioma inglês são apenas rudimentares.
Enquanto uma amiga, Jurema Werneck, ia traduzindo parte de meu sentimento por
estar, frente a frente, com a maior influenciadora ideológica de minha
juventude, eu me perdia na contemplação do rosto dela. E percebia a atenção com
que ela ouvia a fala de nossa intérprete, que apontava o meu cabelo, ainda
black power, apenas amarrado, e que é uma lembrança da nossa juventude. A
juventude aguerrida de Angela Davis desfilava diante de mim. O compromisso de
sua luta, ao longo do tempo, pela dignidade, pela liberdade dos
afro-americanos, notadamente, pelas mulheres, construía em mim, o discurso que
eu não conseguia dizer e, muito menos, agora. A minha quase mudez era o efeito,
muito mais, da emoção que eu experimentava e experimento diante dela, do que
pela barreira da língua. Quando ela acolheu o meu desejo de abraço e o pedido
de foto ao lado dela, consegui dizer bem baixinho, somente isso: “Muito
obrigado, ‘my sister’. ”
O Encontro
O Encontro nacional de Mulheres Negras foi
organizado por entidades do movimento social de mulheres negras. Desde março
deste ano, ativistas do campo e da cidade, das periferias, quilombolas,
religiosas de matriz africana, trabalhadoras domésticas, jovens e de todas as
idades, se organizaram para a atividade em Gioânia. Elas se mobilizaram pela
ampliação de parcerias e redes de fortalecimento, pela manutenção e conquista
de direitos e pela convergência de esforços no embate a todas as formas de
opressão e submissão da mulher negra no Brasil.
As mulheres negras no Brasil são 55,6 milhões,
chefiam 41,1% das suas famílias e recebem, em média, 58,2% da renda das
mulheres brancas, segundo o Retrato
das Desigualdades de Gênero e Raça,
séries históricas de 1995 a 2015 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad), do IBGE.
No dia 09 de dezembro de 2018 fomos todas mulheres negras do Encontro para o Memorial do Cerrado passar uma manhã com as ações finais do Encontro Nacional de
Mulheres Negras 30 anos: Contra o Racismo e a Violência e Pelo Bem Viver –
Mulheres Negras Movem o Mundo e não podíamos deixar de registrar este momento.
Muito dialogo!!
Presença forte de mulheres guerreiras!!1
Vejam os registros. Lucilene Vitório com as amigas Mulheres do CONEN
Ajuda a construir esta história que foi de muitas mulheres negras. Escreva seu olhar sua experiência .
Pureza Lopes de Matos (GO), Clatia Regina (RJ), Marta Cezaria de Oliveira (GO) marcando a presença da Mulheres Negras do Forum Nacional de Mulheres Negras e do Grupo de Mulheres Negras Dandara no Cerrado.
Oficinas e mais oficinas.
Momentos de escuta!!!
Momentos de vivencias no Quilombo
Regina Adami- Coordenação com sua fala no evento
Mais mulheres guerreira marcando presença no Quilombo Irene, Marta Cezaria, Lucilene Vitório, ...., Sandra, ....,...., Domingas Gouvea
Roda de conversa sobre as Religiões de Matriz Africana. Isabel Cristine com o microfone fazendo sua fala
Vera Lucia dos Santos Lima (Dandara no Cerrado) na banca da Feira dialogando.
Regina Adami, Nilza Iraci e.... no Encontro de Mulheres Negras.
Rita de Cassia, Domingas, Lucilene, Sandra e Anadir Cezario registrando a entrada na Vivência Cultural no Quilombo
Anadir e a Mis PLUS
Momento de afetos e cuidados junto as trancistas
Ironildes com a Miss Afro PLUS SIZE Brasil
A turma registrando momentos coim Angela Davis
Todas querem registrar estes momentos
Momentos muito especial de partilha e dialogos.
Muita gente preta junta tá difícil de dizer o nome de todas. Mais as fotos ajudará na construção da história.
Delegações marcando sua presença, Acredito que é a turma do RJ
Benedita da Silva e Rosalia Lemos
Rosalia Lemos e Sueli Carneiro
São tantas mulheres negras guerreiras e não sei o nome de todas
Ana Jose Alves Lopes(MS) e as companheiras marcam presença muito importante no Encontro e dão suas contribuições.
Auditório repleto de mulheres negras. Coisa linda de ver e registrar. Mas temos muito a caminhar para vencer os desafios da caminhada.
Mulheres em Rodas de diálogos constante.
Mais uma delegação registrando presença
Como é bom ver estes registros. Espero que os Estados estejam escrevendo suas histórias neste encontro.
Cada debate muita presença
Mais delegações
Sei que a Barbara Morais e a Sheila Moura estão na foto. Ajuda a escrever o nomes das demais companheiras.
Lindos painéis foram montados no ENMN
Mais uma Delegação
Refeitório
Material do Projeto Investiga Menina! distribuído pela ONG Grupo de Mulheres Negras Dandara no Cerrado na feira Cultural Afro.
Lindos registros feitos por mulheres negras no ENMN
Reverencia!!!
Grandes guerreiras!!!
Balançando as estruturas!!!
É lindo ver como se dão os diálogos durante o ENMN
Vitória Régia!!!
Momentos lindo com Janaína e tantas mulheres negras cantoras presente no ENMN
Juventude resistência e continuidade da caminhada.
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