A Campana
vai trazer 01 a 25 de julho de 2019, a memória
histórica escrita por várias mãos de 25 mulheres que se destacaram nas questões
raciais e na luta pela igualdade de direitos. A cada dia o Núcleo de Igualdade
Racial do Grupo Mulheres do Brasil irá soltar um Post com uma dessas 25
mulheres mais votadas no Núcleo. Pois somos muitas espalhadas na América
Latina. Aqui estão algumas referências, mas você pode buscar mais a partir
do nome destas companheiras.
Sanité Bélair (Verettes, 1781 - 5 de outubro de 1802)
foi uma soldado e revolucionária haitiana, tenente do exército de Toussaint
Louverture, uma das poucas mulheres a lutar pela independência do
país. Apelida pelos companheiros de luta de "tigresa", hoje é
considerada uma heroína nacional no Haiti.
Biografia
Sanité, nascida Suzanne no distrito de Verettes, em 1781,
nasceu alforriada, com direito a ter terras e a ter alguma educação formal.
Pouco se sabe sobre sua vida quando criança.[1][2] Sabe-se que em 1791 ela
liderou uma rebelião de escravos na região de Artibonite junto de Charles
Bélair, um dos imediatos, e depois general, de Toussaint
Louverture. Sanité se casaria com Charles em 1796.[3] Tornou-se bastante ativa
na Revolução Haitiana,
primeiro como sargento e depois como tenente durante os conflitos com tropas
francesas enviadas por Napoleão.
Em 1802 ficou famosa durante as batalhas que aconteceram nas montanhas
Matheux, ao norte da capital Porto Príncipe.[5] Por mais de dois meses, ela
lutou ao lado do marido contra os exércitos do general Charles Leclerc, sendo reconhecida por seu
vigor em batalha. Algumas fontes indicam que foi ela e não o marido quem
liderou as tropas no combates daquele dia.[3][4] Os franceses, por sua vez, a
descreviam como brutal e vingativa. Após as batalhas, o jovem secretário de seu
marido Charles, é acusado por vários soldados de ser um espião francês, mas
Charles estava relutante de puni-lo. Sanité acabou por fazê-lo pouco depois.[1][2][3]
Captura e
execução
O casal foi perseguido pelo comandante Faustin Répussard e se refugiou
nos arredores de Artibonite. O
comandante lançou um ataque surpresa e acabou capturando Sanité. Seu marido
acabou se entregando ao exército francês para não ficar longe dela. O casal foi
então enviado ao general Leclerc, que os condenou à morte assim que chegaram à
região hoje conhecida por Cabo Haitiano. Considerando a patente dos
dois, Charles foi condenado ao fuzilamento e Sanité a ser decapitada.[1][2][5]
Enquanto o marido era amarrado perante o pelotão de fuzilamento,
conta-se que Sanité o exaltava e o lembrava do grande soldado que era e que
morreria com bravura. Quando chegou sua hora, Sanité se negou a ser vendada que
queria ser morta como um soldado. Sem conseguir amarrá-la à pedra de
decapitação, o pelotão acabou por fuzilá-la, ao lado do corpo do marido. Suas
últimas palavras teriam sido:
Legado
Sanité é hoje considerada uma das heroínas da Revolução Haitiana.
Em 2004 ela foi representada na nota de 10 do gourde haitiano na série
comemorativa dos 200 anos do Haiti.[1][5] Foi a única mulher a ser
representada na série e a segunda mulher, depois de Catherine
Flon, a ser representada em uma nota oficial do banco haitiano.[1][2]
Referências
1. ↑Heronaldo Marcelin (ed.). «Haitian Women in History: Lieutenant Sanité Bélair».
Haitian Businesses. Consultado em 29 de setembro de 2018
2. ↑Meserette Kentake (ed.). «Sanité Bélair: The Tigress of Haiti».
Kentake Page. Consultado em 29 de setembro de 2018
3. ↑Jasmine CLAUDE-NARCISSE (ed.). «Lieutenant
Sanite Belair». Haiti Culture. Consultado em 29 de setembro de 2018
4. ↑James, Cyril Lionel Robert
(1963). The Black Jacobins; Toussaint L'Ouverture and the San Domingo
Revolution. Nova York: Vintage Books. p. 252. ISBN 0394702425
5. c Alê Alves (ed.). «Conheça dez mulheres negras que fizeram história na
América Latina e no Caribe». Opera Mundi. Consultado em 29 de
setembro de 2018
Origem:
Wikipédia, a enciclopédia livre.
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